domingo, 27 de maio de 2012

Resenha: Tempos Modernos - Charlie Chaplin


O filme Tempos Modernos, de 1936, cujo personagem principal é o Vagabundo, retrata os tempos da Revolução Industrial, com o desemprego em massa em meio ao novo mundo: moderno e industrializado.
O filme começa com muitos funcionários indo ao trabalho tendo a supervisão do presidente da empresa que os monitora o tempo todo, sendo uma referência ao personagem “Big Brother” de George Orwell e sua conhecida frase: “O Grande Irmão está te observando”. Esse monitoramento é tão excessivo e exagerado que ocorre nos curtos períodos de descanso dos funcionários, bem como em lugares como banheiros, o que mostra que a privacidade individual não era respeitada.
Naquela época, visavam o aumento da produção, o que sofreu grande mudança já com a entrada das máquinas, e reduzir o tempo ocioso dos funcionários, então além das máquinas modernas, queriam reduzir os períodos de descanso deles para que a produção mantivesse um ritmo constante ou até que ele seja aumentado. Este fato é comprovado com a introdução de uma máquina alimentadora que tiraria a necessidade da hora do almoço.
O grande abuso na jornada de trabalho é apresentado nesse meio tempo, que é quando as máquinas param para a hora do almoço, e Charlie continua fazendo os movimentos com as chaves mesmo sem ter mais parafusos para apertar e durante um período consideravelmente grande de tempo. Em seguida, usam o personagem como cobaia para a máquina alimentadora, a qual após admirável desempenho começa a apresentar defeito atrás de defeito, causando desinteresse por parte do chefe.
                O personagem começa a apresentar sinais que está incontrolável e que está passando por uma “crise nervosa” após tanto tempo trabalhando como escravo, este comportamento pode ser justificado pela cansativa e exaustiva jornada de trabalho que os funcionários eram submetidos. Ele é levado ao hospital, e ao sair de lá, se depara com as fábricas fechadas pelos funcionários terem entrado em greve.
                Em busca de uma nova vida, o personagem acaba se juntando a um protesto, mesmo que sem querer e sequer notar, e acaba sendo confundido como o líder do protesto e termina sendo preso.
                Em seguida, o filme apresenta a dura realidade da época por nos apresentar uma jovem que precisa roubar junto de suas irmãs para garantir que sua família tenha alimentos para sobreviver. Em um dos confrontos com a polícia por parte dos desempregados, o pai da jovem personagem acaba sendo morto por tiros, deixando ela e suas irmãs órfãs nas mãos da lei, e provavelmente iriam para a adoção, mas a irmã mais velha consegue fugir dos homens que levaram suas duas outras irmãs. 


        O personagem de Chaplin ganha liberdade da prisão após ajudar a polícia a se livrar de criminosos que os prenderam nas celas e pretendiam fugir. 
- Você é um homem livre.
- Posso ficar mais um pouco? Sou tão feliz aqui.
- Esta carta o ajudará a conseguir emprego. Agora saia e faça o bem.
Hesitado em deixar a prisão, o personagem logo falha em seu primeiro emprego conseguido com a recomendação do delegado. O personagem é levado pela polícia outra vez por, propositalmente, consumir o máximo que podia numa cafeteria e informar ao policial que estava sem dinheiro para pagar. Ao ser levado, ele encontra com a jovem que havia roubado um pão. A garota, num momento de desespero, atrapalha o policial que protegia a saída do automóvel da polícia, fazendo com que o automóvel perdesse controle e lançando para fora a jovem, Chaplin e o policial. Chaplin diz para a jovem fugir, e esta convence o Vagabundo a ir com ela.
Juntos e imaginando como seria ter uma vida tranquila numa casa bonita [uma idealização do que seria a vida perfeita para os “desesperançosos” daquela época], eles se veem na necessidade de encontrar um emprego. Charlie vai atrás e consegue uma vaga como vigia noturno, esta foi a oportunidade para que ele e a menina se alimentassem fartamente no local de trabalho ao mesmo tempo que pudessem usufruir o quanto quisessem dos outros departamentos da loja. Em seu primeiro dia de trabalho, a loja em que trabalha é invadida por ladrões, mas um deles reconhece Charlie porque ele também trabalhava na fábrica que Charlie costumava trabalhar, e diz que não são ladrões, apenas estavam famintos.
Por ser encontrado dormindo meio à peças de roupas, o personagem é demitido, e após uma rápida passagem pela delegacia, recebe a notícia que a jovem encontrou uma casa para eles. “É um paraíso” diz ao se deparar com uma pequena casa de madeira que estava caindo aos pedaços.
Ao ler no jornal que as fábricas estavam sendo reabertas, o personagem corre em busca de uma nova oportunidade de trabalho e consegue um emprego como assistente de mecânico para que consertassem as máquinas que ficaram por muito tempo paradas. Todavia, os funcionários entram mais uma vez em greve. A jovem moça consegue um emprego como dançarina em um bar. Após semanas vai ao encontro de Charlie, que fora preso outra vez pelo seu jeito atrapalhado, e ela consegue um emprego para ele no mesmo bar.
                Ao ir se apresentar, a jovem é reconhecida por dois homens que querem levá-la para a delegacia, porém ela consegue fugir. O filme termina com os dois personagens indo embora sem um rumo definido atrás de um novo começo em outro lugar, fora aquele.



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Propaganda Nazista



Cartaz de propaganda nazista encorajando os alemães saudáveis a constituírem grandes famílias. A legenda, em alemão, diz: "Pais saudáveis têm filhos saudáveis." Alemanha.  Poster de data incerta.A prática de se fazer programas políticos se tornou comum na década de 30 na Alemanha, por conta de Joseph Goebbels que era o ministro da propaganda no governo nazista. Hitler tinha objetivo constante de fazer uma propaganda popular que atingisse as massas e que fosse repetitiva, a propaganda nazista tinha como pretensão afetar o emocional dessas grandes massas, gerando uma concepção apaixonada sobre a mensagem emitida. Com esta propaganda, queriam garantir que a mensagem nazista fosse transmitida com sucesso através da arte, da música, do teatro, de filmes, livros, estações de rádio, materiais escolares e imprensa. O cartaz de propaganda nazista ao lado, está encorajando os alemães saudáveis a constituírem grandes famílias. A legenda, em alemão, diz: "Pais saudáveis têm filhos saudáveis."

Em 1933, quando Hitler conquistou o poder na Alemanha, Goebbels priorizou a utilização do rádio, assumindo o controle do conteúdo e o comando da própria indústria de receptores. Como resultado da estratégia, Alberto Dines busca um dado estatístico provável do número de ouvintes em todos os países europeus atingidos por transmissões em língua alemã, citado por Gordon A. Os quatro milhões de ouvintes em 1933 saltaram em apenas um ano para 29 milhões e para 97 milhões em 1939, quando começou a Segunda Guerra Mundial. O alinhamento da imprensa alemã com o nazismo se dá em 1929, quando Hugenberg se une a Hitler. “A abrangência que os nazistas obtiveram ao se aliarem à gigantesca organização de comunicação permitiu que eles difundissem suas idéias em grande escala através dos meios impressos”.

Nos doze anos de nazismo, foram produzidos mais de 1300 filmes, de comédias, musicais a filmes de guerra e documentários que exaltavam o racismo e a xenofobia. Na foto ao lado, a propaganda nazista mostra a amizade entre uma mulher "Ariana" e uma negra, que como o título diz: "O resultado! A perda do orgulho racial.". Os primeiros longas tiveram temas ideológicos com o objetivo de ressaltar a militância partidária. Nos temas de guerra, o cinema nazista vangloriava o heroísmo do regime e a brutalidade do inimigo, que eram principalmente os ingleses e os russos. Os ingleses eram apresentados como fracos e ridículos, já os russos eram brutos e alcoólicos. Os filmes nazistas também retratavam os judeus como seres "sub-humanos" que se infiltraram na sociedade ariana;  por exemplo, o filme de 1940, “O Eterno”, dirigido por Fritz Hippler, que retratava os judeus como parasitas culturais ambulantes, consumidos pelo sexo e pelo amor ao dinheiro. Alguns filmes, como “O Triunfo da Vontade”, de 1935, de Leni Riefenstahl, exaltava Hitler e o movimento Nacional Socialista. Duas outras obras de Leni, “O Festival das Nações” e “Festa da Beleza” (1938), mostraram os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, promovendo o orgulho nacional com o sucesso do regime nazista naqueles Jogos.

Na música, o regime nazista proibiu certos estilos de música, como o jazz, mas, sobretudo excluiu os músicos judeus, a partir da década de 1930, que tinham um importante papel na vida musical da Alemanha.  A principal vítima da ideologia nazista foi a chamada música de vanguarda. Extirparam a música experimental, pois esta não se prestava à mobilização das massas. Para conquistar o apoio popular, a ideologia nazista privilegiou os coros masculinos e as grandes óperas de Wagner e outros compositores alemães.

Outra fonte de propaganda utilizada foram os cartazes utilizados principalmente no espaço urbano. Geralmente apresentavam cores fortes, inclusive o vermelho, com destaque para o fundo da bandeira do partido.

Os discursos ideológicos também são considerados por propagarem os ideais do Partido Nazista. Eles possuíam um forte impacto emocional e eram transmitidos pelo rádio para toda a nação. Sob a camuflagem de sua propaganda – comunidade do povo ou Volksgemeinschaft –, Hitler e Goebbels, como oradores persuasivos, excitaram as multidões com os seus discursos ardentes.
 
A propaganda nazista também preparava o povo para uma guerra, insistindo em uma perseguição, real ou imaginária, contra as populações étnicas alemãs que viviam em antigos territórios germânicos conquistados após a Primeira Guerra Mundial. Estas propagandas procuravam gerar lealdade política e uma “consciência racial” entre as populações de etnia alemã que viviam no leste europeu, em especial Polônia e Tchecoslováquia. Outro objetivo da propaganda nazista era o de mostrar a uma audiência internacional, em especial as grandes potências européias, que a Alemanha estava fazendo demandas justas e compreensíveis sobre suas demandas territoriais.

 Cartaz de propaganda nazista adverte os alemães sobre os perigos dos "subumanos" do leste europeu. Alemanha, data incerta.
Cartaz de propaganda nazista adverte os alemães sobre os perigos dos "sub-humanos" do leste europeu. Alemanha, data incerta.

Bibliografia
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005202
http://www.infoescola.com/historia/a-propaganda-nazista/
http://nazismo.netsaber.com.br/index.php?c=207
http://www.brasilescola.com/historiag/propagandanazista.htm
http://comunicacaomilitante.blogspot.com.br/2006/05/propaganda-nazista-e-marketing-moderno.html
http://www.fae.br/cur_publicidade/Literaturas/2006/Propaganda Nazista.pdf